O escritor capixaba Jonas Reis foi eleito, no dia 13 de junho de 2022, para imortalidade na cadeira número 10, da Academia Espírito-santense de Letras (AEL), antes ocupada por Anna Bernardes da Silveira Rocha, falecida em junho de 2021.
O novo imortal foi eleito por maioria dos votos dos acadêmicos presentes. Seis escritores concorreram à vaga nos critérios estabelecidos em edital pela Academia Espírito-santense de Letras. O autor ganhou com 15 votos de 19 possíveis.
Jonas Reis nasceu na Vila de Monte Carmelo, então município de Colatina e hoje distrito de Alto Rio Novo, no Noroeste do Espírito Santo, Brasil. É escritor, advogado e jornalista, formado em Comunicação Social e em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes e pós-graduado em Direito do Estado pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro.
Atuou nos principais órgãos de imprensa do Espírito Santo, com passagem pelos jornais A Gazeta e A Tribuna, e em rádio e televisão. Ingressou no serviço público por concurso e se aposentou no Tribunal de Contas do Estado como Auditor de Controle Externo. Teve contos e crônicas incluídos em diversas publicações, até começar a trabalhar narrativas mais longas.
SUAS OBRAS
Entre suas crônicas premiadas, Rumo à estação Vitória recebeu o prêmio de primeiro lugar em concurso realizado pela Prefeitura de Vitória-ES e aparece na publicação “Palavras da Cidade”, volume 4, de 1991. Outras duas crônicas aparecem na mesma publicação, com menção honrosa.
Em 2007, Jonas Reis ficou em primeiro lugar no Concurso Nacional de Monografias realizado pelo Colégio de Corregedores dos Tribunais de Contas do Brasil.
Em 2010, foi premiado em primeiro lugar em concurso nacional de microcontos, 3ª Twitteratura, com o seguinte trabalho:
“Viveu de forma devassa. Um dia, reencontrou-se com Deus. “Quanto tempo!”, disse o Senhor. “Parece que foi ontem”, retrucou.”
Este microconto serviu como influência e aparece em seu primeiro romance, escrito em 2013. O santo dos últimos dias – Quem amou Solange de Belleview? foi premiado pela Secretaria do Estado da Educação do Espírito Santo.
Em 2018 lançou Viagem à alma do Brasil, relato de viagem que empreendeu por todas as regiões do Brasil, ouvindo sua gente simples, revelando a história local e descortinando cenários longínquos do país. Em 2019, Viagem à alma do Brasil ganhou edição em Inglês, Trip out to the soul of Brazil.
Ainda em 2019, Jonas Reis lançou seu primeiro livro infantojuvenil, “A Lenda do Lagarto Azul” . O livro foi premiado pela Secretaria de Cultura do estado do Espírito Santo e cria uma “origem” para o monumento granítico em forma de lagarto que faz parte da Pedra Azul, um dos principais monumentos naturais do Espírito Santo.
JONAS REIS E ASSOCIAÇÃO LIVROS PARA A VIDA -ALPV
“Jonas Reis na Escola” é o projeto-piloto.
O autor capixaba Jonas Rosa Reis conheceu a ALPV e nos procurou apresentando uma proposta de doar 60 obras de literatura infantojuvenil “A Lenda do Lagarto Azul”, e solicitou à Associação a indicação da escola a ser contemplada.
E assim nasceu o projeto Conversa Autoral da ALPV, com Jonas Reis como pioneiro, e, portanto, fazendo parte da história da Associação Livros Para a Vida.
O projeto Conversa Autoral, tem por objetivo aproximar autores de literatura infanto-juvenil de alunos de escolas públicas no Brasil. O projeto consiste em distribuir obras de determinado autor para bibliotecas de escolas públicas, ou, preferencialmente, para todos os alunos da escola e, após incentivo da escola à leitura da obra, um encontro com a metodologia de Roda de Conversa é organizado e executado pela ALPV, para que o autor possa interagir e debater com os alunos sobre a obra, o trabalho do escritor e outros assuntos de interesse dos estudantes e relacionados à leitura.
Em outubro de 2019, a Associação Livros para a Vida – ALPV se encarregou de indicar e presentear a EMEF Professora Benedita Monteiro com os livros que passaram a compor o acervo da biblioteca da escola.
Sobre nossa orientação, a escola incentivou os alunos a fazer empréstimo dos livros e no dia do encontro, houve o envolvimento de 150 alunos distribuídos em várias rodas durante dois dias. Foi um sucesso!
Foto projeto Conversa Autoral: Jonas Reis e o Coordenador Ricardo da Escola Benedita Monteiro
“Consideramos um sucesso a realização do PROJETO CONVERSAL AUTORAL e agradecemos a parceria e apoio da ALPV para execução do objetivo maior que é o incentivo à leitura e disseminar entre os estudantes nossa crença de que o livro é uma das principais ferramentas de que se dispõe para formação do caráter, desenvolvimento pessoal e como cidadãos e fonte inesgotável de conhecimento para enfrentar os desafios da vida.
Consideramos da maior importância a iniciativa da ALPV, ressaltamos o proveitoso relacionamento que tivemos com a Associação durante todas as etapas de realização do Projeto e sugerimos que outros escritores sejam convidados”.
Jonas Reis – Autor
“Estou aqui para agradecer ao Jonas Reis, por causa de ele ter feito o livro, muito bom o livro, não tenho palavras para explicar de tão bom e que ele continue fazendo mais livros para agregar a nossa cultura, que chegue na biblioteca e que nós podemos levar para casa para ler.”
Victor Nunes
Aluno da EMEF Prof. Benedita Monteiro e participou do Projeto Conversa Autoral – Capítulo Jonas Reis
Clique aqui para ler o documento completo sobre o projeto Conversa Autoral na Escola com Jonas Reis.
Finalizamos reiterando nossas congratulações e transcrevendo um texto lindo, publicado pelo escritor, para que você também se encante por seu belo trabalho:
LITERATURA E IMORTALIDADE “Como o homem é mortal, a única imortalidade possível para ele é deixar algo atrás de si que seja imortal.” (William Faulkner – As entrevistas da Paris Review, vol. 1, p. 33) Muitos chegam a alcançar a imortalidade por meio da literatura. Mas essa imortalidade é um processo, e como tal nem sempre se completa. Para que se efetive, o caminho pode ser árduo. Mercedes Barcha, a mulher de Gabriel García Márquez, penhorou até os eletrodomésticos de casa para que ele pudesse enviar à editora os originais de ‘Cem anos de solidão’. Com uma cegueira progressiva, o autor de ‘História universal da infâmia’, o argentino Jorge Luis Borges, precisou ditar boa parte de sua obra para anotação pela secretária. Hemingway teve de ir à guerra e reescreveu o final de ‘Adeus às armas’ 39 vezes antes de ficar satisfeito. Toda a obra de Primo Levi, incluindo ‘É isso um homem?’, foi escrita depois de sua dramática experiência no campo de concentração de Auschwitz. Para criar o célebre romance ‘Grande sertão: veredas’, nosso Guimarães Rosa precisou desenvolver um monumental trabalho de linguagem, recriando a tradição oral e a metafísica do sertão mineiro. E a longa lista de grandes autores que um dia foram esnobados pelos editores? Paul Auster, que escreveu A trilogia de Nova York, teve o primeiro volume, ‘Cidade de vidro’, rejeitado inicialmente por 17 editoras nova-iorquinas. A aceitação de um escritor por uma Academia de Letras pode ser indicação de que ele leva jeito para a coisa. Mas vai ter de cavar fundo, esforçar-se por traduzir os sonhos e a angústia de viver em histórias ou versos que nos ajudem a ser seres humanos melhores”. |
Jhuly Lourenço de P. dos Reis, 24 anos, formada em Gestão de Recursos Humanos, faz parte da equipe de Projetos Sociais e é Social Media da ALPV.